O que é o Protestantismo?


A religião
          Protestantismo é, ao lado do Catolicismo, um dos grandes ramos do Cristianismo. O nome “protestante” provém dos protestos dos cristãos do século XVI contra as práticas da Igreja Católica. Em alguns países, especialmente no Brasil, o termo “protestante” é substituído por “evangélico”, retirando a conotação polêmica da palavra e dando uma característica mais positiva e universal.
          Elas surgiram a partir do inconformismo do padre alemão e agostiniano Martinho Lutero (1483-1546) em aceitar algumas práticas da Igreja Católica. Lutero atacava duramente a venda de indulgências, ou seja, a obtenção de perdão para um determinado pecado em troca de dinheiro. No dia 31 de outubro de 1517, Lutero pregou na porta de uma igreja de Wittenberg, na Alemanha, um manifesto com 95 teses em que atacava não só a venda de indulgências, como também outros procedimentos da Igreja Católica, como a negociação de cargos eclesiásticos. O papa Leão X exigiu uma retratação do padre, ameaçando condená-lo por heresia. Mas Lutero não voltou atrás e rompeu com a Igreja Católica, dando início à chamada Reforma Protestante, movimento que se espalhou pela Europa, impulsionado pela maior flexibilidade religiosa que oferecia.

          Os inimigos dos reformistas passaram a se referir a seus seguidores como "luteranos". Estes, por sua vez, preferiam ser chamados de "evangélicos", termo hoje muito usado para se referir aos fiéis das igrejas protestantes. A liberdade pregada por Lutero acabaria abrindo espaço para o surgimento de várias correntes religiosas.

          Os protestantes defendem a crença de que a única autoridade a ser seguida é a Palavra de Deus, presente na Bíblia Sagrada. Desta forma, através da ação do Espírito Santo, os cristãos, ao lerem a Bíblia, têm uma maior harmonia com Deus. Por esse motivo, a partir da Reforma Protestante, a Bíblia foi traduzida para diversas línguas e distribuída sem restrições para as pessoas.
O protestantismo pode ser subdividido em ramos, como o luteranismo, calvinismo, anglicanismo, etc. Atualmente, costuma-se classificar as igrejas protestantes em pentecostais e neopentecostais.

          No Brasil, o protestantismo foi trazido pelos holandeses entre os anos de 1624 e 1625, tendo sido propagado principalmente entre os índios. Pesquisas recentes mostram o crescimento do protestantismo no Brasil: em 1970, o Censo do IBGE registrava cerca de 4,8 milhões de evangélicos; em 1980, 7,9 milhões; em 1991, 13,7 milhões; em 2000, 26,1 milhões. Segundo o IBGE, se esse crescimento se mantiver estável ao longo dos anos, no ano de 2020, metade da população brasileira será evangélica.

          Sabe-se que existe atualmente cerca de 593 milhões de protestantes no mundo. O país mais protestante do mundo é os Estados Unidos da América, com quase 163 milhões de protestantes.

Princípios Fundamentais
          - Sola Scriptura (Somente a escritura):
É o princípio no qual a Bíblia tem primazia em relação à tradição legada pelo magistério da Igreja, quando os princípios doutrinários quando os princípios doutrinários entre esta e aquela forem conflitantes. Como Martinho Lutero afirmou quando a ele foi pedido para que voltasse atrás em seus ensinamentos: "portanto, a menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pelo mais claro raciocínio; a menos que eu seja persuadido por meio das passagens que citei; a menos que assim submetam minha consciência pela Palavra de Deusnão posso retratar-me e não me retratarei, pois é perigoso a um cristão falar contra a consciência. Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa; Deus queira ajudar-me. Amém." O protestantismo também defende a interpretação privada ou juízo privado dos textos bíblicos, conceito exposto por Lutero em outubro de 1520, quando enviou seu escrito "A Liberdade de um Cristão" ao Papa, acrescentando a frase significativa "eu não me submeto a leis ao interpretar a palavra de Deus". Disse Lutero também em outra ocasião que é "sempre melhor ver com nossos próprios olhos do que com os olhos de outras pessoas". O historiador William Sweet sugeriu que isso posteriormente originou o direito fundamental de liberdade religiosa, bem como a própria ideia de democracia.
          - Sola Gratia (Somente pela graça):
Afirma que a salvação é pela graça de Deus apenas, e que nos somos resgatados de sua ira apenas por sua graça. A graça de Deus em Cristo não é meramente necessária, mas é a única causa eficiente de salvação. Esta graça é a obra sobrenatural do Espírito Santo que nos traz a Cristo por nos soltar da servidão, do pecado e nos levantar da morte para a vida espiritual.
          - Sola Fide (Somente a Fé):
Afirma que a justificação é pela graça somente, através da fé somente, por causa somente de Cristo. É pela fé em Cristo que sua justiça é imputada a nós como a única satisfação possível da perfeita justiça de Deus.
          - Solus Christus:
Afirma que a salvação é encontrada somente em Cristo e que unicamente sua vida sem pecado e expiação substitutiva são suficiente para nossa justificação e reconciliação com Deus, o Pai. O evangelho não foi pregado se a obra substitutiva de Cristo não é declarada, e a fé em Cristo e Sua obra não é proposta.
          - Soli Deo Gloria (Glória somente a Deus):
Afirma que a salvação é de Deus, e foi alcançada por Deus, apenas para sua glória.


FONTE: mundoestranho.abril.com.br
brasilescola.uol.com.br

pt.wikipedia.org

IMAGEM: sicipb.org.br

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